domingo, 3 de fevereiro de 2008

Primeiro dia de trilha Inca - 20/09/2007

Acordamos às 5:00hs, nos arrumamos e fomos esperar a Marisol na parte de baixo do hotel. Deixamos as mochilas que não iriam para a trilha guardadas no hotel.
A Marisol chegou 6:50hs e ela nos levou até onde a van estava com todos que partiriam para a trilha.
O Jarbas não apareceu mesmo.
Ficamos conhecendo os sul-coreanos que iriam fazer a trilha também, mas eles estavam por outra agência, mais o guia deles.
Eu e o Hamilton tínhamos uma guia somente para nós.
Na van partímos partímos para Ollantaytambo, após uns 40 minutos chegamos. Uma parada de meia hora para tomar café(desayuno) e comprar um cajado para a trilha. Alías, é super importante ter um cajado para essa trilha, eu recomendo mesmo.
Café tomado e cajado comprado, voltamos para a van e o destino agora era o Km 82, local de partida para a caminhada. O frio na barriga é inevitável.

Perguntas vem à cabeça: "Será que vou conseguir?", "Será que é muito pesado a trilha?" e por aí vai.
Não tem jeito, só fazendo mesmo.
Eu estava receoso pois a minha mochila estava pesada.
Comecei a ver os gringos carregando só uma pochete com água e a mula aquí com um mochilão com roupas de frio, necessaire, saco de dormir, 3 garrafas de gatorade e o isolante térmico.
No começo da trilha, antes da ponte de cabo de aço, tem um posto de controle de acesso. Eu estava preocupado, pois eu corria o risco de ser barrado na trilha; pelo seguinte, quando eu reservei a trilha eu fiz com número da identidade, que foi a mesma que eu deixei na loja em Cusco o qual tinha alugado uma lanterna de cabeça e o saco de dormir do Hamilton, como forma de penhora. Eu só tinha ficado com o passaporte.
A guia "Mabi" conversou com o fiscal do acesso, ele ficou me olhando mas não criou nenhum caso. Tive sorte, pois já fiquei sabendo de pessoas que tiveram que voltar sem fazer a trilha por que não tinha levado o documento usado no registro da trilha.

Bem , vamos lá, pé na estrada, ou seja, pé na trilha.

A trilha começa de forma suave, somente lugares planos. Começo a prestar atenção nos carregadores, são todos eles quéchuas, os caras são surpreendentes, enquanto a gente anda com dificuldade, eles passam correndo pela gente, com mochilas improvisadas, a maiorira carregando 25Kg de carga, coisas do tipo: armações das barracas, comidas, botijão de gás e outras coisas.
Alguns momentos depois começam a aparecer algumas subidas. O receio ainda é grande, o medo do corpo não conseguir responder bem devido a altitude. Mas o importante mesmo é não parar de vez, devagar mas sempre.

No primeiro dia de trilha já é possível contato com construções incas rústicas.
A gente pára num ponto paradisíaco para almoçarmos. Eu não estava acostumado com isso, nunca tinha parado numa trilha para almoçar. Depois de alguns minutos o almoço já estava pronto.
Comida maravilhosa, muito bem servido, o serviço até parece de restaurante, excelente.
Após o almoço descansamos um pouco e seguimos viagem.

As subidas começaram a aparecer e o Hamilton já não mais feliz com a trilha, ele seguia falando que não conseguía admirar a pasisagem pois só fazia força para andar. Faltando 20 minutos para o ponto do acampamento ele decidiu voltar. Era uma pena, pois ele tinha esperado por esse momento há meses, assim como eu.

Chegamos no ponto de acampamento, as barracas já estavam todas arrumadas e a comida já estava sendo preparada. É impressionante, quando eu saí do ponto do almoço deixei todos os carregadores para trás arrumando a barraca do almoço e lavendo as louças, quando chego no ponto do acampamento, eles já estão lá com tudo arrumado, por aí se tem uma idéia da velocidade que eles andam na trilha.
No acampamento conversei com o Hamilton para ver se ele mudava de idéia, mas nada conseguí, ele estava decidido mesmo a voltar para Cusco.
A Mabí conversou com ele para ver se era isso mesmo que ele queria fazer, ele disse que sim. Então ela recrutou um carregador para voltar à Ollantaytambo com ele, já que turista nenhum é permitido andar sozinho na trilha.
Nós jantamos, conversamos um pouco com todos do grupo e fomos dormir.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Quinto dia em Cusco - 19/09/2007

Acordei as 7:30hs, já me sentindo bem melhor. Me lembro que tive um suador na madruga, provavelmente meu corpo combatendo alguma bactéria com a ajuda do anti-biótico.
Fomos ao restaurante tomar café e voltamos para o hotel, pois a Marisol iria nos encontrar para comprar os tickets do trem.
Ela chegou na hora marcada e pegamos um táxi para a estação de trem para comprarmos os tickets de trem da volta de Águas Calientes para Ollantaytambo.
Chegamos no local e como ela já conhece todos os procedimentos, não demoramos muito no lugar. O valor do trem já estava incluso no pacote da trilha, então foi tudo com ela mesmo. Nós precisávamos ir porque tem que ser apresentado os documentos originais do turista.
Caso alguém vá comprar as passagens de trem por conta própria, lembre-se que pra isso só é aceito dólar, a empresa de trem é britânica e eles tem a política de trabalho deles.

Passagens comprada, nos despedímo da Marisol e voltamos para o centro de Cusco para conhecer outros museus e igrejas que ainda não havíamos conhecido.

O primeiro do dia foi o Museu Histórico Regional, é um museu pequeno e outro que também não pode tirar fotos, mas nada que com um jeitinho brasileiro a gente não consiga tirar algumas.
Em seguinda partímos para o Museu Municipal de Arte Comtemporaneo, fica a uns 50 metros de distância um do outro, né na mesma praça. Um museu pequeno e também sem muita coisa para se ver. Vejam bem, quando eu falo isso não estou querendo dizer que não é interessante, todos eles são interessantes, por menores que sejam e mesmo sem muita coisa pra ver, todos eles valem a pena conhecer.

Saímos desse museu e o destino agora era o Museu de Arte y Monasterio de Santa Catalina.
No caminho tínhamos que passar pela Plaza de Armas, sorte a nossa, em pleno dia de semana estava tendo um desfile de escolas, o qual a homenagem era a cultura e folclore local.

Muito legal mesmo, as músicas, as danças, roupas e tudo mais.

Enfim, partindo dalí aí que fomos para o Museu de Arte.
Esse museu que é um monastério é riquíssimo em obras de artes sacra, eu fiquei totalmente bobo com os quadros expostos nesssa igreja, é um mais lindo que o outro.
Como sempre não podia tirar fotos, MAS nada que o jeitinho brasileiro não conseguísse dar o jeito nisso. Aí fui eu fotografando e filmando tudo que podía, na verdade tudo que não podía. :-)

Dalí fomos para o museu onde se encontra pelo lado de fora a famosa pedra de 12 ângulos. Entramos no museu e o exploramos. É um museu pequeno no tamanho mas enorme no esplendor e riqueza. Ele era na verdade um local religioso, então imaginem a riqueza contida nesse lugar, é obra-prima e ouro pra tudo quanto é lugar. Tem um altar enorme de madeira talhada e todo pintado em ouro, é coisa de louco a riqueza.


Resumindo, esses museus, igrejas e tudo mais são altamente ricos em obras-primas, objetos valiosos, metais como ouro e prata. Vou até parar de escrever sobre essas coisas senão podem achar que eu estou cobiçando isso, o que na verdade não é, é exatamente o contrário, é que eu fico bobo com a riqueza desses templos.

Saindo desse museu é imperdível você conhecer a pedra de 12 ângulos. Ela fica na parede externa da construção. É o seguinte, esse museu era um templ inca, então com a colonização espanhola, eles tomaram o templo inca e construíram esse lugar, usando como base o templo inca. A maioria dos lugares grandes em Cusco foi construído dessa maneira, tinha um templo inca, os espanhóis foram lá, mataram, tomaram e modificaram tudo. Bonzinho eles, não?
Então andando ao redor eu ví um cara caracterizado de rei inca, perguntei a ele quem ele representava.
Bem, lá estava ele ao meu lado, o rei Inca Roca, um rei de uma época incaica de grande prosperidade. Esse rei fica lá tomando conta da pedra de 12 ângulos, tomando conta mesmo, ele não permite que ninguém toque na pedra.


Dei 2 soles a ele e tirei uma foto com o rei Inca Roca, é um bom tributo para se tirar uma foto com um rei. :-)
Continuando a andar em torno dessa construção e pegando a outra rua, Calle Inka Roca, no paredão de pedra é possível ver um puma nas pedras, é simplesmente impressionante. Os incas eram pessoas altamente místicas e eles colocavam sentido em tudo que faziam e gostavem de representar em suas obras animais de sua cultura, esse é um exemplo magnífico disso.

Acabando de conhecer esses lugares, já era de tarde e estávamos cansados e precisávamos descansar pois o dia seguinte, seria o grande lance da viagem: A TRILHA.
Com isso, voltamos para o hotel, mas antes disso fomos comprar o que ainda faltava para a trilha. O Hamilton alugou um saco de dormir de pluma, excelente sleep-bag, muito leve e quente. Eu já tinha conhecido uma loja o qual tinha visto excelentes produtos por um preço muito legal. Então nessa loja tinha visto um saco de dormir da Nikko muito bom. Esse saco de dormir me custou US$35,00, aguenta temperatura de até -5°C.
Fui até a loja que o Hamilton tinha alugado o saco de dormir e aluguei uma lanterna de cabeça, excelente a lanterna, o aluguel me custou S$10,00 para os 4 dias de trilha, já ía com pilhas carregadas. Comprei mais um par de meias bem grossas nessa loja mesmo por S$10,00.

Saímos da loja e passamos num mercadinho para nos abastecermos para a trilha. Compramos Gatorade, amendoim, barras de cereais e alguns biscoitos.
Voltamos para o hotel. Check list da trilha completo:
  • Mochila;
  • Saco de dormir;
  • Lanterna;
  • Filmadora, câmera e 8 pilhas recarregáveis
  • Casaco impermeável, calça impermeável, 2 pares de meias, um par de luvas, um gorro peruano;
  • Duas camisetas, chapéu;
  • Protetor solar, repelente, um necessaire completo com remédios, papel higiênico, um saco de lenço umidecidos para o banho :-)
  • No corpo: casaco wind-stopper, calça leve pra trilha, bermuda de lycra, camisa regata velha colada no corpo, camiseta de tecido sintético, dois pares de meia nos pés, sem cueca, nenhuma cueca para a trilha, somente a bermuda de lycra.

Mochila arrumada, agora era só esperar a hora da partida.
Saímos a noite para jantarmos Uma janta com uma boa quantidade de calorias é sempre benvindo, já que iríamos gastar muita reserva calórica nos dias seguintes. Então fomos de pizza mesmo.
Site da Nikko:
http://www.nikkosports.com.hk/

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Quarto dia em Cusco - 18/09/2007

Acordamos nesse dia um pouco mais tarde, às 8:00hs, saímos para o desayuno.
Saindo do restaurante pegamos um táxi e fomos acompanhar o Flávio até a local de venda dos tickets de trem para Águas Calientes, S$3,00 o táxi.
Lá chegando ele encontrou com um rapaz que ele conheceu na viagem também de nome flávio , sendo que esse era baixinho o Flávio nosso parceiro de quarto era alto.
O Flávio baixinho estava bem na frente da fila então ele conseguiu encaixar o Flávio alto no lugar dele. A passagem foi comprada para o mesmo dia a noite, o valor da passagem é de US$34,00, tem que ser pago em dólar mesmo.
Ticket comprado, nós pegamos um táxi e fomos a procura da do escritório da Marisol que até o momento nós não tínhamos conversado e a trilha era para dois dias a frente.
Foi um pouco difícil de achar, o escritório dela fica na casa dela mesma e a numeração é toda complicada até o taxista não conseguía entender, alguns minutos depois conseguímos localizar. Entramos, mas infelizmente a Marisol não estava então eu deixei o local do hotel em que estávamos e o horário em que ela podia nos achar.

Fomos para a Plaza de Armas, já era do almoço e fomos procurar um restaurante para almoçarmos. Comemos num restaurante na Calle Procuradores mesmo.
Após o almoço o Flávio foi para o hotel arrumar as coisas para a partida para Águas Calientes, eu fui procurar a mochila que ainda não tinha comprado. Alí nessa rua mesmo achei uma loja que tinha uma variedade grande de mochilas cargueiras de qualidade, acabei escolhendo uma da Nikko, modelo NK-1029 Lhasa 60, custou US$80,00.
A única diferença é que a minha é verde de com preta.
Maiores detalhes sobre essa e outras mochilas, pode ser encontrado no site deles:
http://www.nikkosports.com.hk/

Missão cumprida fui levar a mochila para o hotel, me encontrei com o Flávio me despedí dele e partí para a rua de novo.
O objetivo agora era o Circuito Turístico Religioso.

Fomos até a Iglesia Sagrada Familia, essa igreja fica ao lado da Catedral, olhando a Catedral de frente é a igreja à esquerda, tem uma sala que a porta fica aberta, nesse local é que vende o boleto para o Circuito Religioso.
Eu apresentei uma carteirinha de estudante vagabunda que eu tenho na minha carteira e eles aceitaram, com isso eu paguei S$18,00, quem não tem acho o valor é de S$35,00.
Esse boleto dá o direito de conhecer o interior de seis igrejas, são elas:
  • Catedral
  • Iglesia del Triunfo
  • Iglesia Sagrada Familia
  • Iglesia de la Compañia
  • Iglesiade San Blas
  • Museo de Arte Religioso
Como a gente já está na Iglesia Sagrada Familia o ingresso é por ela mesma, por ela tem passagem para a Catedral e depois passagem para Iglesia Sagrada Familia.
Lembre-se que é estritamente proibido filmar, tirar fotos dentro das igrejas, não façam como eu fiz, conseguí filmar o máximo possível escondido, na moita mesmo.
Esse circuito das igrejas é lindo, mas ao mesmo tempo te faz parar para refletir o que foi a igreja católica no passado, porque eu nunnca ví tanto ouro na minha vida como eu ví nessas igrejas. Se alguém acha que as igrejas de Minas Gerais e as do Pelourinho tem muito ouro é porque ainda não viram as de Cusco, é muita riqueza. Tem cada quadro que o tamanho é maior que a parede do meu quarto, com moldura toda em ouro.
Na Catedral, um dos altares tem 3 toneladas de prata, ele é todo feito em prata. Eu digo um dos altares porque tem se não me engano 8 altares, dois no centro da igreja e 3 em cada lado da igreja, é uma coisa absurda. Saindo da Catedral entramos direto na Iglesia del Triunfo, após ter andado essa igreja eu estava ouvindo uma música linda sendo tocada, fiquei procurando de onde vinha e achei uma escada no meio da igreja que levava para o subterrâneo da igreja. Era uma sala escura e fria com cadeiras dispostas filas, onde tinham dois senhores muito bem trajados, um no violino e outro nos teclados. Nossa, que música linda, era música de estilo clássico mas composta por autores locais, ficamos lá até acabar a apresentação, algumas outras pessoas curiosas como nós íam chegando, sentando e apreciando e eu lá filmando o que era proibido filmar.

Saindo dessas 3 igrejas pegamos uma rua ao lado da Catedral e fomo conhecer o Museu Inka, esse também é imperdível. Riquíssimo em informações incas os quais as pessoas podem conhecer mais sobre a cultura deles. Vários artefatos originais, maquetes, artesanatos e até múmias estão presentes nesse museu. Lembre-se que também é proibido tirar fotos e filmar, só pode ser for escondido. :-)


Saindo do Museo Inka fomos para a Iglesia de la Compañia que fica também em frente a Plaza de Armas. Igreja muito bonita, mas o grande lance dela mesmo é poder subir um pedaço da torre dela e ter a vista da Plaza de Armas.



Saindo dessa igreja ainda tinha tempo para conhecer mais alguma coisa, mas não estava me sentindo bem, Sentía que algo ía errado comigo, meu corpo estava esquisito. Como eu já tive pneumonia algumas vezes eu sou muito precavido com essas coisas e como o clima de lá é propício para isso devido ao frio tinha que ficar ligado. Fui para o hotel descansar, vendo que ía piorar partí para a farmácia e comprei anti-biótico e mandei pra dentro, comecei a tomar regularmente a partir daí por 5 dias. Voltei para o hotel tomei um banho e me metí embaixo do cobertor, isso era em torno das 17:00hs. Quando foi 19:00hs a Marisol chegou no hotel, ela foi até o nosso quarto, pessoa muito simpática, ela nos explicou todo o procedimento da trilha, o que é realmente importante saber. Pagamos o restante da trilha, US$125,00 e ela nos deu o recibo.
Marcamos de nos encontrarmos na manhã seguinte para comprarmos os tickets do trem de volta de Águas Calientes para Ollantaytambo.
Isso que eu fiquei puto, mas não falei nada, pois quando o pacote foi comprado o lance era a volta de Águas Calientes até Cusco e não até Ollantaytambo. Mas depois eu ví que a maioria faz isso mesmo, já que é difícil de achar trem com vaga disponível para Cusco e é mais rápido descer em Ollantaytambo e pegar um micro-ônibus do que seguir direto de trem.